QUEM SOMOS
Nós somos a FEDERAÇÃO INTERESTADUAL DOS TRABALHADORES FERROVIÁRIOS DA CUT – FITF/CNTT/CUT, porém, para falar da FITF/CNTT/CUT, temos que reportar a alguns anos na história recente do Brasil.
Somos fruto da história dos ferroviários brasileiros. Nos anos de 50/60 foi criada a Federação Nacional dos Ferroviários pelos companheiros do Partido Comunista. Nesse tempo, a organização dos ferroviários, junto com os portuários, era o que dava norte a lutas em nosso país. Isso durou até o golpe de 1964, quando nossas lideranças foram retiradas da direção da Federação, presas, torturadas e atiradas nos porões da ditadura.
Nos anos de abertura (1980), com as criações do partido político e uma Central Sindical ligados aos trabalhadores, os ferroviários dão início à retomada da organização. Inicialmente, retomando os sindicatos que estavam todos nas mãos dos pelegos. Importante ressaltar que naquele momento tomou-se a decisão de que, em alguns casos, depois de ganharmos os sindicatos, os dividiríamos, para fazer frente à Federação Nacional dos Ferroviários, daí a divisão de um dos maiores sindicatos de ferroviários do Brasil e a criação de vários sindicatos do Nordeste (Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte e SINDMETRO/PE). Houve outros desmembramentos no Sudeste, como a criação do Sindicato de Conselheiro Lafaiete/MG e Metroviários de Belo Horizonte. Mas essa tática não surtiu efeito, pois o objetivo maior foi esquecido pelos sindicatos, que colocaram sua luta diária em primeiro plano, esquecendo o objetivo maior.
Nosso primeiro movimento organizado no Brasil pós-golpe de 1964 chamou-se COMANDO NACIONAL METROFERROVIÁRIO. Esta organização comandou os trabalhadores metroferroviários até 1990. Esta foi uma conquista significativa para a categoria, mas ali se cometeu o maior equívoco de nossa história: começamos a dividir a luta dos ferroviários (que transportavam cargas) e metroviários (que transportam passageiros).
Em 1990 foi criada a FEDERAÇÃO INDEPENDENTE DOS TRABALHADORES SOBRE TRILHOS, com a participação de ferroviários e metroviários. Os anos que se passaram foram de grandes lutas da categoria: enfrentamos os desgovernos Collor e Fernando Henrique Cardoso, que privatizou e dizimou os ferroviários da Rede Ferroviária Federal S.A – RFFSA, que transportam carga, sobre a ótica de um novo modelo de transporte no Brasil, ao qual fomos sempre contra, pois sabíamos que era só para destruir as ferrovias e aumentar a influência do modal rodoviário no Brasil. Nessa época fizemos um grande debate com os Metroviários, alertando que os capitalistas que estavam fortes dentro do estado brasileiro fracionaram a luta para melhor nos combater, pois eles não podiam destruir todo o complexo metroferroviário brasileiro de uma só vez pelo simples fato de que éramos a mais forte categoria organizada.
Como procederam: primeiro, com a criação da CBTU, depois com a privatização da RFFSA e por último a CBTU, uma leitura que já fazíamos em 1990. Porém, não desistimos nunca, sempre dialogamos com os representantes sindicais mostrando que a única saída é unificar. Com a Criação da FENAMETRO esta proposta ficou mais difícil, pois surgiram interesses políticos/pessoais que não levavam em conta os interesses da categoria como uma só e alguns sindicatos abandonaram essa ideia e começaram a fazer parte organicamente da FENAMETRO.
Apesar de organizados, nós, ferroviários, ainda tínhamos um problema a ser resolvido, que era de aceitar o fato de que deveríamos nos organizar com todos os trabalhadores, através da Central Única dos Trabalhadores – CUT, e a partir de 2004 começamos a nos aproximar da Central e a construir uma federação orgânica, que tivesse no seu bojo o reconhecimento dos que lutaram, para unificar de fato os ferroviários e os metroviários e colocar na ordem do dia a importância, para o país, do sistema metroferroviário, pois para as cidades, o direito de transporte urbano eficiente é tão importante quanto à saúde e educação e para o desenvolvimento sustentável o transporte de carga sobre trilho é a garantia de crescimento com racionalidade.
Em 2010, criamos a FEDERAÇÃO INTERESTADUAL DOS TRABALHADORES FERROVIÁRIOS DA CUT-FITF/CNTT/CUT, orgânico à CNTTL e a CUT.
Ao contrário do que alguns alardearam, sempre tivemos e fizemos uma defesa intransigente das empresas Metroviárias e Ferroviárias, para que permaneçam sob a responsabilidade do estado brasileiro. Representamos os trabalhadores das seguintes empresas: CBTU, VALEC, FULMITRENS, CPTM, SUPERVIA, FTC, FCA, VALE, RUMO ALL, TLSA, TLA, MRS LOGISTICA, CTB, CCR METRÔ BAHIA, VALEC/FIOL.
“Há homens que lutam um dia e são bons, há outros que lutam um ano e são melhores, há os que lutam muitos anos e são muito bons. Mas há os que lutam toda a vida e estes são imprescindíveis”.
Bertolt Brecht